Uma nova pesquisa científica sugere que o grafeno, um “supermaterial”, pode ser um elemento chave para tornar um dos materiais de construção mais antigos algo mais ecológico e resistente.
O grafeno foi incorporado na produção de concreto tradicional por cientistas da Universidade de Exeter, que desenvolveram um material composto duas vezes mais forte e quatro vezes mais impermeável que os tipos de concreto existentes.
Contrário a tentativas anteriores de utilizar nanotecnologia no concreto, que focavam em modificar componentes existentes do cimento, a nova técnica permite que uma camada de grafeno seja suspensa na água.
O método produz uma grande quantidade de concreto sem defeito que pode ser utilizado em uma enorme gama de técnicas de manufaturação e poderia tomar tal escala, os pesquisadores acreditam, com um custo relativamente baixo.
O composto pode ser utilizado diretamente em áreas de construção, permitindo a construção de edificações resistentes utilizando menos concreto e ainda reduzindo a emissão de gases que causam o efeito estufa. A utilização do grafeno significa que os pesquisadores necessitaram usar apenas metade da quantidade de materiais utilizados para fabricar concreto.
Sua resistência à água o torna muito bem vindo à áreas de construção que possuem locais de difícil manuntenção, enquanto a força do composto fará as construções mais resilientes a futuros choques, os pesquisadores dizem. Em adição, outros nanomateriais podem ser incorporados na técnica para a construção com cocnreto no futuro, o que pode pavimentar um caminho de inovações na indústria.
Monica Cracium, professora de nanociência do departamento de engenharia da Universidade de Exerter, disse: “Nossas cidades estão enfrentando uma grande pressão de desafios globais como a poluição, urbanização sustentável e resiliência à eventos naturais catastróficos. Esse novo material composto é um vira-folha absoluto em termos de reforçar o concreto tradicional em servir essas necessidades.”
O grafeno é uma camada plana de átomos de carbono, da família do grafite e diamante, com padrão hexagonal, possuindo várias propriedades muito interessantes: resistente, leve, flexível, quase transparente, e como excelente condutor poderá substituir o silício na produção de alguns equipamentos eletrônicos, tornando-os mais rápidos, compactos e eficientes. As aplicações do grafeno parecem infinitas: nanotecnologia, acesso mais veloz à Internet, baterias mais duráveis e recarregáveis em poucos minutos, além de filtros de água mais eficientes, cimentos mais resistentes, motores mais econômicos e menos poluentes. Tudo com matéria-prima de baixo custo.
Descoberto na década de 30, o grafeno teve pouca atenção até que os cientistas russos Konstantin Novoselov e Andre Geim conseguiram isolar o material à temperatura ambiente, merecendo o prêmio nobel de física em 2010.
E o melhor, estima-se que o Brasil possua a maior reserva mundial, segundo relatório publicado em 2012 pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).
O grafeno já é utilizado para fabricar eletrodos de baterias, telas táteis, dispositivos de eletrônica digital e compostos para a indústria aeronáutica. Porém, especialistas afirmam que o melhor ainda está por vir.
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