Este tipo de emenda apresenta a grande vantagem da redução do congestionamento da armação na região da emenda, também não necessita de aço com características de soldabilidade, equipamento de solda e profissional treinado. O diâmetro da luva deve ser considerado no cálculo do cobrimento e no espaçamento entre barras.
Basicamente as luvas podem ser rosqueadas, prensadas ou preenchidas. O procedimento de execução da emenda deve seguir rigorosamente as recomendações do fabricante. Os responsáveis pela execução da emenda devem ser treinados e orientados para os cuidados necessários para garantir o perfeito funcionamento da emenda.
Emenda com luva prensada:
A emenda com luva prensada é feita com uso de equipamento apropriado, prensa hidráulica acionada por uma bomba hidráulica elétrica, que aplica a compressão em uma luva de união nas extremidades de duas barras unidas topo a topo.
Este processo é simples, podendo inclusive ser executado em duas etapas, metade da luva é cravada em uma barra solta e posteriormente acoplada a outra barra, podendo ser por exemplo uma espera na obra, depois é concluída a prensagem da luva. Para a compressão da luva, é necessário um espaçamento entre as barras de pelo menos 10 cm, para a prensa hidráulica conseguir executar a prensagem da luva.
Emenda com luva rosqueada:
A emenda com luvas rosqueadas é feita com um pino de união que une as duas extremidades das barras, nas quais foi previamente prensada uma luva com rosca interna em uma extremidade. Este sistema é muito utilizado para deixar esperas embutidas nos elementos estruturais para posterior complemento.
Outro tipo de emenda com luvas rosqueadas é feita com uma luva de união, que possui rosca interna, e nas extremidades das barras são feitas previamente as roscas, geralmente cônica, para acoplar a luva. As roscas nas extremidades das barras devem ser protegidas para evitar danos, amassados, oxidação, que podem dificultar a correta fixação da luva de emenda.
Emendas por luvas com preenchimento metálico:
A emenda com luva preenchida é feita preenchendo, o espaço vazio entre a luva e a barra com a liga termite. A fusão processa-se em um cadinho, ligado à luva por meio de um suporte com tubo de alimentação, injetando a mistura em que predomina óxido de ferro e alumínio, ambos em pó. Na reação alumino térmica forma-se alumina e ferro numa temperatura aproximadamente de 3000º C. O ferro líquido é mais denso que a escória de alumínio e escorre para dentro da luva.
Este tipo é pouco utilizado devido as dificuldades de execução, necessidade de cuidados especiais e custo elevado.
Ensaios nas Barras emendadas:
De acordo com a NBR 14931, as barras emendadas com luvas ou solda, devem satisfazer ao Limite de Resistência Convencional à ruptura das barras não emendadas, conforme ABNT NBR 7480 – Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado — Especificação. No ensaio de qualificação, o alongamento da barra emendada deve atender a um mínimo de 2%.
Se o resultado obtido nos ensaios de barras emendadas, para qualificação do processo, não atender as especificações, deve ser verificada a causa da deficiência e devidamente corrigida, e os ensaios repetidos.
Na formação dos lotes para ensaios de controle deve-se agrupar itens submetidos ao mesmo processo.
A amostragem de barras emendadas pode ser feita seguindo o seguinte critério, conforme a NBR 14931, resumidamente:
Para lotes de até 150 unidades: 5 amostras. Sendo o lote reprovado se qualquer uma não atender.
Para lotes de 151 até 3200 unidades: 8 amostras. Sendo o lote reprovado se uma ou mais amostras não atender.
No caso de recusa, repetir o ensaio em mais 8 amostras, sendo o lote reprovado se duas ou mais amostras não atender. Para ensaio cada exemplar deve ser constituído de uma emenda entre duas barras de comprimento mínimo = 10 Ø + 100 mm. Para ensaios de qualificação do processo de solda o corpo de prova deve ser acrescido de 1000 mm, em um dos lados, para ensaios da barra.
As amostras devem ser identificadas e acompanhadas de relatório com todas as informações: Nome da empresa, obra, operador, classe e categoria do aço, fabricante, processo de emenda, tipo de solda, identificação do eletrodo, equipamento utilizado, preparação das pontas, no caso de luvas identificação do fabricante, tipo de luva, diâmetro externo, etc.
O ensaio de tração deve ser feito conforme a NBR ABNT 8548/84 – Barras de Aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou por solda determinação da resistência a tração.
O laboratório deve fornecer um certificado no qual deve constar:
- Dados fornecidos pelo interessado juntamente com a amostra;
- Identificação dos corpos de prova;
- Valores de todas as propriedades mecânicas obtidos nos ensaios;
- Localização da ruptura do segmento emendado. No caso de emenda por solda de
- Topo o certificado deve fornecer ainda a distância da ruptura ao centro da solda, em mm.
A resistência de cada barra emendada pode ser considerada sem redução, exceto no caso de barra tracionada e havendo preponderância de carga acidental, neste caso, a resistência deve ser reduzida em 20%. São várias as opções de emendas e uma boa escolha permite aproveitamento de sobras, redução do desperdício, redução de custo e alternativas para suprir as necessidades e desafios da construção civil.