No pós-pandemia, construtoras serão empresas tecnológicas

Compartilhamento de informações, sinergia e adesão às novas tecnologias são alguns dos conceitos que tendem a proliferar entre as construtoras na era pós-pandemia.

Massa Cinzenta:

Antes mesmo das mudanças impostas pela COVID-19, empresas mais visionárias já vinham acenando para a robótica, a Inteligência Artificial e outros sistemas que possibilitam transformar o canteiro de obras em uma linha de produção. Agora, isso tende a ganhar maior velocidade e a se espalhar pelo setor da construção civil, avaliam especialistas.

Ao contrário do que se possa imaginar, esse panorama não se restringe ao mercado internacional, mas diz respeito ao Brasil também. Pesquisa conjunta com 330 construtoras que atuam no país, feita pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), pela EnRedes e pelo Instituto Quorum Brasil, mostra que 12% delas adotam Inteligência Artificial em seus processos. Já 28% estudam soluções com impressão 3D e 19% utilizam BIM em seus projetos. Além disso, 100% dos entrevistados admitiram que a transição de construtoras para empresas de tecnologia da construção passa pela qualificação dos trabalhadores.

No pós-pandemia, a nova regra que irá predominar no canteiro de obras será a valorização da atividade produtiva com menor gasto por hora, avaliam as empresas que participaram da pesquisa. Neste ponto, as construtoras ainda reconhecem que enfrentam dificuldades na hora de contratar. Para 62%, existem dificuldades em encontrar mão de obra qualificada. A fim de compensar essa escassez, 81% disseram estar dispostas a ofertar salários maiores para conseguir profissionais bem treinados. Muitos dos gestores que participaram da pesquisa também disseram que recorrem a institutos tecnológicos de educação para encontrar a mão de obra de que necessitam. Um exemplo é o Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil, localizado em Ponta Grossa-PR.

Mercado da construção sofrerá mudanças importantes na próxima década

O estudo “Tendências globais e disrupções no setor da construção”, apresentado por Paulo Vandor, sócio-fundador da L.E.K. Consulting no Brasil, confirma que o mercado da construção sofrerá mudanças importantes na próxima década, e que devem ser impulsionadas pela era pós-pandemia. Segundo o levantamento, haverá modernização da cadeia de valor, cujas principais tendências são a construção modular e semi-modular, uso intensivo de componentes pré-fabricados, utilização de sistemas BIM, automação dos métodos de construção e globalização da cadeia de produção. “Inovar na construção civil será questão de sobrevivência”, avalia Vandor.

Reforçando os estudos anteriores, a McKinsey&Company detectou em pesquisa recente que há muito espaço para a implantação de processos inovadores na construção civil. Principalmente, porque o setor sempre se mostrou refratário à adoção de sistemas novos no canteiro de obras. Estudo da consultoria revela que a produtividade na construção global evoluiu 1% ao ano de 2000 até 2019, enquanto o segmento industrial avançou 3,6% ao ano. “Existe muito espaço na construção civil para o uso de tecnologia digital, automação de processos, capacitação da mão de obra e industrialização”, conclui relatório da pesquisa.

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